Vampire Knight Tale
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Mensagem por Convidad Sex Mar 23, 2012 10:46 am

Classificação: PG - 17

Resumo : Conta um pouco da vida dos Lobanov na Rússia, até a vinda à França e sobre o segredo que eles mantêm.

Vida em Branco


    O carro estacionou diante da bela casa. Era uma casa grandiosa, totalmente branca, cercada por um imenso jardim. Lohanne suspirou no colo de sua mãe, Lavínia, estava mau humorada e não faria o menor esforço para esconder isso. Era a segunda vez que mudavam de casa
    naquele ano.

    - Por que sempre temos que nos mudar mamãe? - ela perguntou sem sair do colo de Lavínia.
    Lavínia acariciou os cabelos da filha e olhou pela janela, observando o chofer dar a volta no carro para abrir a porta.
    - Porque asism poderemos ficar mais próximos ao nosso trabalho e teremos mais tempo para você - a mulher respondeu calmamente.
    O chofer abriu a porta do carro e de lá saiu a elegante mulher vestindo um belo vestido preto. Era ruiva, seu cabelo tinha um tom mais próximo ao do mógno, seus olhos verdes brilhavam sob a luz do luar, seu rosto transparecia calma. Seguindo a mulher saiu do carro uma garota miudinha, coberta por um grande casaco preto. Ela era ruiva igual a primeira mulher mas seus olhos eram de um azul pálido, sua expressão era de mau humor.
    Lavínia ofereceu o braço à filha mas esta recusou, começando a andar em direção à entrada da casa. Lohanne se sentia cansada das mentiras de seus pais. Eles sempre se mudavam de
    casa, inclusive de cidade com a promessa de que teriam mais tempo juntos e a cada nova mudança ela os via menos.

    A governanta já as esperava na porta. Era uma mulher bastante velha e usava um vestido preto, com a gola cobrindo o pescoço. A velha era branca como marfim e seus olhos pretos chegavam a ser assustadores.
    - Bem vinda senhorita Lobanov - a velha cumprimentou sorrindo.
    Lohanne fingiu que não ouviu e entrou na casa. Era muito maior do que ela imaginara com a visão que tivera de fora. O chão era coberto por mármore claro, assim como toda a escada. Aquele hall de entrada se dividia em três partes : a escada para o segundo andar, o acesso às
    salas e o acesso à cozinha e ala dos empregados. Lohanne olhou por umminuto o enorme lustre de cristal que pendiam do teto. Era perfeito.
    Ela sentiu as mãos de sua mãe sobre seus ombros.

    - Quanto tempo vamos ficar? - ela perguntou à mãe, com sua voz fria.

    Lavínia não tinha uma resposta exata para dar para a filha, aquilo não dependia somente da vontade dela e de Mikhail, mas ela também não poderia contar à Lohanne de quem dependia aquela resposta, então optou por mais uma mentira.
    - Dependemos das decisões da empresa meu amor - Lavínia beijou a cabeça da filha.
    Lohanne tirou as mãos da mãe de seus ombros quando os empregados entraram no
    hall. Era hora das apresentações, não que ela estivesse importada em aprender seus nomes ou se afeiçoar a eles. Não era culpa deles mas ela sabia que logo partiriam, então era desnecessário criar laços.

    Lavínia ignorou o gesto da filha, havia tempos que ela havia mudado e parecia incomodada com a presença dos pais e recolocou as mãos sobre os ombros dela, virando-a para os empregados que se apresentavam cordialmente.
    Lavínia sorria, tentando decorar os nomes de cada um deles.
    Um deles se retirou e foi buscar as malas no carro, Lohanne afastou novamente as mãos de sua mãe de seus ombros, dessa vez de uma maneira mais agressiva e começou a subir as escadas, queria escolher logo seu
    quarto.

    Lavínia acompanhou sua filha com o olhar até que ela desapareceu, seu olhar era extremamente triste. Os empregados olharam compadecidos da mãe que óbviamente tinha problemas com a filha adolescente.
    Lavínia sorriu para os empregados e deu algumas ordens para o jantar. Quando a cozinheira se retirou ela viu a filha descendo novamente a escada, a menina a encarou com o costumeiro olhar frio. Lohanne se aproximou do empregado que colocava as malas no hall e
    disse:

    - Terceiro à direita, deixe as minhas malas sobre a cama - ela disse enquanto apontava algumas malas.
    Lavínia se aproximou da filha.
    - Não quer conhecer o resto da casa meu amor? - ela perguntou estendendo a mão para tocar o delicado rosto da garota.
    - Vou ter bastante tempo para isso. Quando vocês viajam? - ela recuou antes que a mãe á tocasse.
    Lohanne caminhou até a porta de entrada e olhou para fora, podia ver o carro do pai fazendo o caminho por uma das alamedas do jardim, sendo seguido por um segundo carro, seu rosto se contraiu numa careta de raiva.
    Ela se virou e entrou na casa novamente, subindo as escadarias. Lavínia foi até a porta tentando encontrar o motivo de irritação da filha e logo compreendeu.

    Ela também cerrou o cenho numa expressão que claramente dizia que não estava feliz com a visita que vinha juntamente com seu marido.
    Os dois carros pararam logo atrás do primeiro e de cada um deles desceu um homem. O primeiro era loiro, seu cabelo era curto e seu rosto jovial, seus olhos azuis tinham o
    mesmo tom pálido que o da menina, sua pele era bastante clara. Ele entrou na casa e abraçou Lavínia. O segundo homem era uma figura bastante sinistra. Alto e magro demais, trajava roupas prstas e uma capa marrom escura, em seu rosto havia uma cicatriz que cegava um dos olhos, seus olhos eram do mesmo tom dos de Mikhail mas sua pele era
    mais escura, seus cabelos negros eram longos, presos em uma trança. Ele cumprimentou Lavínia e entrou na casa, como se ela fosse sua.

    - Onde está Lohanne? - Mikhail perguntou sorrindo.
    - Está lá em cima - Lavínia olhou para o homem de capa e depois voltou-se para o marido com um olhar de desaprovação.
    - Não pude fazer nada - ele murmurou abraçando-a mais uma vez - Vou ver nossa pequena.
    Antes
    que ele começasse a subir as escadas ele viu umas das empregadas descê-la correndo, com os olhos cheios de lágrimas. Lohanne começara cedo daquela vez.

    Mikhail suspirou e subiu as escadas, a empregada havia corrido rumo a copa.
    Lavínia ficou sozinha com o estranho homem no hall.
    - Vamos nos sentar - ela disse erguendo o braço em direção a sala de estar.
    - Sua pequena começou mais cedo dessa vez - ele disse com um sorriso sarcástico caminhando na direção que a mulher apontava.
    - Você sabe muito bem porquê ela está assim, Laurent - Lavínia disse de modo seco.
    Laurent sorriu mais ainda, não era culpa dele se os Lobanov haviam decidido
    montar uma farsa para Lohanne. Ele entrou na sala decorada com requinte e passou a mão sobre um dos móveis.

    - Nada mal... Vocês realmente têm muito prestígio. Muito mais que deveriam ter eu creio - ele disse se virando para Lavínia.
    - Quer beber algo? - ela disse caminhando em direção ao bar, não queria discutir com ele tão cedo.
    - Se você me acompanhar sim - ele disse lançando um olhar de cobiça para a mulher.
    Ela retirou dois copos do bar e se prepara para servir o whisky quando sentiu Laurent atrás dela. Ela o olhou com frieza.
    - O que pretende com tudo isso? - ela perguntou calma.
    - Agora eu sei de onde ela herdou o olhar - ele se aproximou mais - Eu não pretendo muito - disse sorrindo maliciosamente.
    Lavínia se afastou com raiva. Teria uma conversa muito séria com Mikhail.
    Eles ouviram uma porta bater com força no andar superior e logo Mikhail
    estava na sala novamente. Ele pareceu bastante incomodado ao ver
    Laurent tão próximo à Lavínia mas não disse nada.

    - Ela não vai jantar - ele disse de modo triste e depois acrescentou - e ela não quer mais aquela emrpegada na casa.
    Lavínia suspirou, a situação estava cada vez mais insustentável.
    - O que a empregada fez? - ela perguntou indo em direção ao marido.
    - Segundo ela a "sonsa" tentou ajudá-la com as malas mesmo ela tendo dito
    que não queria ajuda. Ela pediu que a empregada se retirasse mas esta
    insistiu, então você já pode imaginar o resto. Ela vai melhorar de
    humor... - ele disse incerto.

    Lavínia suspirou e Mikhail caminhou até o bar, servindo o whisky para ele e Laurent, todos se sentaram esperando pelo jantar.
    Lohanne havia se trancado no quarto, empurrou algumas malas para o lado e se
    deitou na cama, olhando para o teto. Ela se sentia cansada, faziam dois dias que não conseguia dormir.

    Ela cobriu o rosto com as mãos e suspírou, retirou as mãos do rosto e viu as lágrimas brilharem contra a luz. A presença de Laurent era detestável, mudar de casa era
    detestável, mas nada era pior do que ver seus pais mentirem de modo tão descarado.

    Eles haviam prometido ficar mais tempo em Moscou, para onde haviam se mudado, mas pela resposta da mãe ela sabia que isso fora outra mentira.
    Naqueles onze anos de vida ela havia viajado mais do que qualquer outro que vivia na Rússia. Ela vivera em tantas cidades russas que sequer conseguia lembrar os nomes de todas.
    Ela sentiu sua cabeça latejar e abriu uma das malas, a menor de todas. De lá ela retirou um frasco de comprimidos e tomou três deles. Sabia que era um exagero tomar calmantes daquela maneira, mas com a presença de Laurent lá, essa seria a única maneira de se acalmar.
    Ela se lembrava claramente da primeira vez que o vira. Os pais haviam chegado
    realmente tarde naquela noite, acompanhados daquela estranha figura, eles haviam se trancando na biblioteca e Lohanne correrá até lá para, escondida atrás da porta, ouvir o que diziam.

    Seus pais tinham um tom de voz preocupado e o homem falava de maneira sarcástica
    com eles, Lohanne demorou um pouco para entender o que acontecia.

    - Não faremos isso, são pessoas inocentes! - Lavínia tinha um tom de voz transtornado.
    - Esse é o trabalho de sua família, é a segunda vez que vocês se negam a cumprí-lo. Já não é o bastante vocês não terem um sucessor? - Laurent
    respondeu secamente.

    - Fale baixo! - Mikhail pediu, impaciente.
    - Ela deveria saber a verdade, é um erro vocês a manterem assim. Independente disso vocês têm um trabalho e têm que realizá-lo, eu não vou me intrometer dessa vez! Eu ainda tenhu péssimas recordações da última vez que limpei a sujeira para vocês - Laurent tocou a cicatriz
    no rosto - Vocês me devem muito.

    Eles ficaram em silêncio por alguns minutos e logo Mikhail se levantou e caminhou até a porta da biblioteca, ia convidar Laurent a se retirar. Quando abriu a porta deu de cara com sua pequena Lohanne, ela ainda tinha seis anos.
    - O que está fazendo acordada meu bem? - ele se abaixou e a pegou no colo.
    Lohanne se agarrou no pescoço do pai e ele entrou novamente na biblioteca, ela então pode reparar na figura sinistra de Laurent.
    A cabeça de Lohanne começou a latejar, seu coração disparou e ela sentiu sufocar. Se debateu no colo do pai até que ele a soltasse e saiu correndo porta a fora.
    - Bastante simpática a pequena - Laurent fez um gesto vago com a mão e em seguida cruzou os braços - Então direi à Associação que está tudo certo - ele completou e saiu
    pela porta por onde havia passado a pequena Lohanne.

    Lohanne sentiu a mesma sensação ruim da do momento em que vira Laurent quando
    seus pais foram vê-la em seu quarto, naquela distante noite, mas queria algumas respostas de seus pais.

    - Papai, do que ele estava falando? - Lohanne perguntou enquanto se aconchegava no colo da mãe.
    - Não é nada minha querida, são problemas da empresa e você ainda é muito jovem para se preocupar com isso. Eu espero que você nunca tenha que se preocupar com isso - disse Mikhail suspirando.
    Lavínia apertou mais Lohanne em seus braços.
    - Não quero mais aquele homem em nossa casa - ela disse ao marido.
    Lohanne abriu os olhos espantando as lembranças ruins, desde aquele dia sua vida mudara. Ela não conseguia mais dormir a noite, esperava seus pais chegarem para saber se estavam bem e se aquele homem não estava mais com eles, mas sempre que seus pais estavam próximos à ela, sentia aquela sensação ruim e então foi se isolando deles. Sua mãe foi a
    primeira a perceber mas fingia que não via nada.

    Lohanne resolveu desfazer as malas para passar seu tempo e então ouviu duas batidas suaves na porta.
    - Entre - ela disse sem humor.
    Uma empregada com cara de assustada entrou no quarto trazendo uma bandeja com o jantar.
    - Sua mãe pediu que lhe trouxesse a janta senhorita - a mulher disse de cabeça baixa.
    - Eu disse que não queria nada, pode sair - a menina respondeu mal educada - Espere... aquele homem já foi embora?
    A empregada a olhou nos olhos e se assustou com a expressão fria da garota, não conseguindo responder.
    - Qual o seu problema? - Lohanne se aproximou da mulher.
    - Desculpe senhorita. Ele ainda não foi embora - a mulher tremia, estava com medo de ser expulsa aos gritos como a outra havia sido.
    - Tá, saia - Lohanne se afastou da mulher. Então sua fama já havia chegado à criadagem? Ótimo.
    A mulher saiu e Lohanne bateu a porta com força, assutando-a. Lohanne deu uma risadinha irônica, aquilo tinha que ter alguma diversão.
    Ela suspirou e começou a desfazer as malas, não pretendia sair daquele quarto até que Laurent fosse embora.
    As horas foram passando e Laurent ainda não havia se retirado, ela podia ouvir sua voz cheia de sarcasmo como se ele estivesse dentro de seu quarto, desanimada ela resolveu tentar dormir.
    Lavínia sentiu um enorme alívio quando Laurent finalmente se retirou, ela subiu as
    escadas correndo. Estava ansiosa para ver sua filha.

    Ela bateu na porta mas não teve resposta então abriu devagar. Ela entrou de
    maneira silenciosa e se sentou na cama ao lado da filha, que estava deitada.

    Lavínia olhou sua pequena Lohanne, a menina parecia calma. Ela suspirou tristemente, estava cansada de ter que ficar distante da filha mas sabia que aquilo seria para o bem dela.

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