Anne Müller - Bruxo

Anne descende de uma antiga família de bruxos: os Müller. A maioria dos integrantes
desta família foram mortos no decorrer da história por aqueles que os caçavam
por, supostamente, estarem envolvidos em pactos com o demônio e serem um perigo
para a sociedade. Um a um eles foram mortos, e logo os membros da família foram
reduzidos a algumas dezenas de bruxos. Eles acabaram por dividir-se entre os
que queriam esconder-se e os que queriam utilizar o poder que lhes fora dado em
benefício próprio.

Os pais de Anne se esconderam por longos anos. De país em país se escondiam até que
fossem descobertos, e então se mudavam de novo. Entretanto algo pior que os
religiosos fanáticos apareceu: um clã de demônios caçadores de bruxas surgiu, e
fez com que o pavor aumentasse ainda mais entre eles. Na época, Margaret, mãe
de Anne, estava grávida, e após ser descoberta mais uma vez, foi pega por
demônios enquanto tentava fugir com o marido de Berlim, na Alemanha. O caso foi
visto como um acidente de trânsito, pois o carro em que estavam fugindo foi
encontrado capotado em uma estrada. Ambos morreram, entretanto, por sorte ou
não, o bebê de Margaret conseguiu ser salvo. Anne nasceu prematura e órfã, mas
uma avó distante foi encontrada. Eva Müller, mãe de Margaret, vivia na França,
onde trabalhava como costureira para não despertar nenhum tipo de suspeita.

Logo Anne foi entregue a avó, que decidiu que o melhor para aquela criança seria crescer
sem saber de sua descendência. E assim foi.

Muitos anos se passaram e Anne já havia se formado no colégio e trabalhava em uma
pequena empresa perto de casa. Tinha 26 anos mais aparentava bem menos. Aquilo
devia ser de família, pois a avó, que já passava dos 80 anos, estava
extremamente bem para sua idade. Certo dia, ao voltar do trabalho, encontrou a
casa revirada e ao procurar a avó encontrou-a já sem vida no chão do quarto.
Havia sangue por toda parte. A menina entrou em choque. A polícia não demorou
muito a chegar. Concluíram foi que haviam tentado assaltar a casa e por uma
provável reação tinham assassinado-a.

No enterro, um homem alto e jovem observava Anne de longe. Havia algo familiar
nele. Depois que grande parte das pessoas foram embora, o jovem se aproximou e
entregou-lhe uma pasta grossa e um tanto pesada. Disse que sua avó Eva havia o encarregado
de entregar aquela pasta caso algo acontecesse com ela. Revelou que havia a
colocado em uma academia onde ela ficaria segura (não haveria problemas para se
passar por mais nova por conta da aparência). Disse que havia mandado fazer
suas malas e que já estavam no carro esperando-a. Por fim concluiu apenas
dizendo seu nome, Sthefan, virou-se e se foi.


Na porta do cemitério um luxuoso carro a esperava. Não tendo mais opções entrou no carro
e de imediato abriu a pasta. Dentro dela havia documentos antigos. As paginas
amareladas continham o que pareciam “receitas de rituais”, diversos desenhos
com estrelas de cinco pontas, algumas coisas escritas em uma língua estranha,
um antigo amuleto que sua avó costumava usar (ela dizia que trazia proteção e que
fora passado de geração em geração) e, além disso, encontrou um diário de sua
mãe. Ao começar a lê-lo, viu ali retratados as atrocidades que faziam com sua
raça – “mais que raça?”- Perguntava-se ela. Além do mais contava em detalhes a
batalha travada entre eles e demônios. Anne estava pasmada. Até alguns momentos
atrás nunca acreditara em magia, nem em bruxas, muito menos em demônios.
Perguntava-se se haviam sido eles que mataram sua avó. Perguntava-se se aquilo
era real. Poderia mesmo ser uma descendente de bruxos? Quem era aquele homem
afinal?Todo aquele turbilhão de duvidas em sua mente fez o tempo passar tão
rápido que logo estava em frente ao aeroporto. Pegou um avião para o Canada onde supostamente estaria
segura. Ali pelo menos poderia procurar mais respostas e examinar melhor tudo o
que sabia até aquele momento. Alguém lhe devia muitas explicações. E alguém iria pagar por tudo aquilo... E muito caro.
Do aeroporto pegou um taxi, e logo estava na frente da academia.

Esconde sua verdadeira descendência e o verdadeiro motivo de estar na academia. Isso por medo da forma com que reagirão e pelo risco de, ao se revelar, virem atrás dela.