Vampire Knight Tale
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A História de Baron Devlin Grey

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Mensagem por Loveless McKnight Qua maio 30, 2012 6:44 pm

Baron Devlin Grey nasceu na mansão da família Devlin, sendo uma das únicas construções de luxo na Rússia, na época, visto que a Rússia não tinha uma economia forte, pois era baseada na agricultura. Sua família era rica, e isso se dava ao fato de terem tido antepassados romenos que acumularam riquezas por toda a vida.

Em 1812, ao nascimento de Baron, havia a ameaça da invasão de Napoleão à Rússia, invasão esta que teve sua confirmação 19 dias após o nascmento do menino. Os pais dele, gananciosos e covardes, resolveram fugir da Rússia, e deixaram o menino aos cuidados do mordomo, Dimitri. Algumas riquezas foram deixadas a eles, o suficiente para terem uma vida abastada, em que continuariam vivendo na mansão por alguns anos. Durante todo esse tempo, Dimitri, que era um fanático por música, ensinou Baron a tocar quase todos os instrumentos eruditos, sendo o favorito do garoto o piano.

10 anos se passaram desde o nascimento do menino, e ele finalmente começou a se questionar quanto ao paradeiro de seus pais. Dimitri, então, resolveu levar o garoto até eles. Após algum tempo investigando, o mordomo descobriu o local onde viviam. Os dois, então, viajaram para a Itália, onde os pais de Baron haviam comprado uma casa discreta, pois não queriam chamar atenção para seu dinheiro em um país onde todos poderiam ser hostis. Baron os conheceu, finalmente, e apesar deles serem aparentemente boas pessoas, ele já alimentava um ódio por seus pais desde que tinha consciência. Após uma noite de jantar com Dimitri e seus pais, eles o ofereceram uma estadia em sua casa.

Naquela noite mesmo, Baron se sentou à sua cama, desolado por saber que odiar os próprios pais era errado. Pouco tempo após o início de seu momento reflexivo, Dimitri adentrou seu quarto e sentou-se ao seu lado, na cama. Ele estava sorrindo de forma estranha. Uma conversa ainda mais estranha se seguiu.


- Qual é o problema, garoto?

- Eu... sei que é errado. Eu não devia odiá-los... MAS EU ODEIO!!! E O SEI POis NÃO SINTO ISSO POR MAIS NADA OU NINGUÉM!!! Como eu posso perdoá-los? Eles me deixaram quando eu ainda era recém-nascido... me deixaram porque são covardes. A covardia deles foi maior do que o amor pelo próprio filho... eles deviam morrer. Eu não estou errado! Eles erraram, eu fui o filho perfeito até agora! CANSEI DISSO!

- Hahaha... garoto, não precisa se preocupar... eu já... cuidei deles...


Baron afastou-se um pouco de Dimitri. Estava assustado, com medo do que aquilo podia significar.
Desejar a morte de alguém... não era a mesma coisa que matar.


- O que... você fez?

- O que mais poderia ter feito...? Você não foi o único a sofrer com isso, garoto. Eu fui deixado lá, para cuidar de você durante todo esse tempo. Perdi 10 anos de minha vida. Não que isso significasse que estou próximo de morrer, definitivamente não, mas foram 10 anos de acontecimentos históricos dos quais eu poderia ter feito parte, e alterado o rumo da humanidade.
Mas você... criatura insignificante, me tirou várias oportunidades. Agora, eu vou fazer com que você conheça a dor... você nunca mais vai andar durante o dia e nunca mais degustará as comidas mais soborosas do mundo. Nunca poderá ser visto por entre os músicos mais famosos do mundo, e o mais importante de tudo... nunca poderá ter vingança contra os seus pais, porque EU JÁ OS MATEI!!!


Sem mais delongas, Dimitri saltou até Baron, e agarrou-lhe o pescoço, forçando-o a inclinar a cabeça para o lado. O menino podia apenas ver o horror... os olhos de Dimitri transmutaram-se em duas grandes esferas vermelhas... brilhavam, como olhos de um predador esguiando-se pela floresta à noite. Enquanto ele abriu a boca, Baron pôde ver seus caninos crescendo, se tornando mais pontudos e assustadores. Eles sempre foram daquele jeito, mas Baron nunca havia notado. Já tinha ouvido histórias, é claro, de vampiros e outros seres místicos.

Dimitri mesmo o havia contado. Era seu único amigo, até aquela noite. Aquilo estava mesmo acontecendo? Vampiros realmente existiam? Ele iria mesmo... ser transformado em um vampiro? Sentiu as presas do mordomo perfurando seu pescoço... era estranho, inacreditável. A dor de ser perfurado pelos caninos, a sensação de seu sangue sendo sugado... ambas eram ofuscadas pelo choque de saber que aquilo era real. Ele desmaiou após o ocorrido.

Após algumas horas o garoto acordou. Sentia-se diferente. Abriu os olhos e notou que havia adormecido com a face direita contra chão. Viu um brilho no assoalho, proveniente de seus próprios olhos. Sentia seus dentes doendo e assim que colocou os dedos na boca para sentir o que havia de diferente, sentiu os caninos maiores, mais afiados e duros... e além de tudo, era transtornado por uma sede inexplicável por algo que nunca havia saboreado, mas de alguma forma sabia o que era. Olhou em volta, e aparentemente Dimitri já havia ido embora.

Baron desceu às escadas, procurando algum tipo de suporte... estava tonto, e só o que ouvia era um zunido agudo e enjoativo... percebeu que nunca havia precisado tanto de alguma coisa como naquele momento... precisava de sangue. Por mais que não quisesse acreditar, era só isso que o satisfaria.

Ao chegar ao andar de baixo, avistou jogados ao chão, os corpos de seus pais. Por mais que quisesse chorar, ele não conseguia. Queria sentir-se humano, de alguma forma. Queria sentir alguma emoção boa. Mas só o que sentia era ódio por eles, por terem feito o que haviam feito, e por Dimitri, que o impediu de se vingar. Agora, ele continuava com seu desejo de vingança, mas de Dimitri... aquele desgraçado. Seu desejo por sangue continuava incessante. Ele se aproximou dos corpos de seus pais, mas seu sangue já estava coagulado. Não teria como se alimentar dessa forma. Seria como comer carne congelada, para um humano. Precisava de sangue fresco...

Saiu da casa, em busca de alguém vivo, que pudesse lhe prover com sangue quente. Era tarde, não havia ninguém na rua, ninguém de quem pudesse se alimentar. Mas havia certos lugares, onde obviamente haveria muita gente. Foi até o bar mais próximo. Quando se aproximou, um segurança tentou barrá-lo. Infelizmente, para ele, um vampiro sedento por sangue e vingança não seria barrado por nada naquela noite. Baron estraçalhou o segurança, bebendo todo o sangue que pôde beber do homem.
Embora já estivesse alimentado bebendo o sangue de alguém que tinha três vezes o seu tamanho, ainda sentia ódio... muito ódio.

Desceu até o andar de baixo do bar, onde as coisas realmente aconteciam. Viu olhares de desgosto para com a sua entrada... olhares estes que não duraram muito. Assim que um dos homens tentou segurá-lo e levá-lo para fora, Baron arrancou seu braço fora, fazendo o mesmo com sua cabeça logo em seguida. Após tal atrocidade, houve pânico total dentro do bar. Mas, em pouco tempo, ele havia estraçalhado todos no bar. Todos, exceto um... um homem, que ficava sentado no fundo do bar, gargalhando e batendo palmas enquanto via o massacre acontecer. Um homem estranho. Vestia-se completamente de preto, com um chapéu peculiar. Era alguém diferente, mas Baron simplesmente não queria saber... queria matá-lo. Começou a andar em sua direção, de forma rápida. O homem apenas riu, e disse:


- Hehehehehehe... pare.

Foi então que Baron sentiu que não conseuia mais se mover. Sentia-se controlado. O homem à sua frente estava fazendo alguma coisa, controlando seu corpo. Talvez fosse o que disse, mas o que seria aquele poder? O garoto parou à sua frente, e nada pôde fazer para se mexer.

O homem se aproximou, e agaixou-se em sua frente. Disse, em um tom sereno e sádico, com uma voz não muito grave:


- Garoto, você tem um dom e tanto aí. Não sei há quanto tempo você foi transformado, mas tem muito potencial, tenho que admitir. Então... se quiser, eu posso ensiná-lo a canalisar toda essa força, todo esse poder, e você será... invencível.

Baron assustou-se com as palavras do homem, e perguntou:

- Quem é você? Como sabe disso tudo, e o que está fazendo comigo?

- Haha... eu sou um dos primeiros de nossa raça. Esse poder que tenho sobre você, vem do fato que eu sou puro. Nasci assim, e morrerei assim. Você era humano, e foi transformado. Meu nome é Jackal. Muito prazer. E você seria?

- Err... Baron. Meu nome é Baron.

- Baron... hm, um nome forte. Digno de alguém com tamanho poder. Então, podemos sair daqui? Não creio que vá se alimentar de todos eles, não é mesmo?

- É...


Assim, Baron e Jackal saíram do bar.
Nenhuma testemunha foi deixada. Todos estavam mortos. Tudo por sua culpa... mas não se sentia mal com isso. Sentia-se poderoso, e queria mais.

Algumas dezenas de anos se passaram, e Baron já era adulto. Havia se tornado um homem extremamente alto, fora dos padrões de altura humanos. Bom, mas ele não era humano. Era muito alto e muito forte, fisicamente. Havia aprendido tudo o que sabia com Jackal, e sabia se virar sozinho, graças a isso.

Após algum tempo vivendo na Itália, os dois já haviam se envolvido em vários assuntos do submundo dos vampiros. Baron já havia derrotado quase todos os líderes daquele mundo, deixando apenas alguns Puros-Sangues, que não se metiam com ele por conta de Jackal ser seu braço direito. Após derrotar cada líder, seus seguidores se juntavam a ele, e o grupo que antes era apenas grande, tornou-se um exército. Já não havia muito o que fazer ali, deixando-o extremamente entediado após alguns anos. Deixou seus homens e negócios sob o controle de Jackal, e foi em busca de algo mais divertido.

Já tinha ouvido falar de alguns grupos poderosos de vampiros na Alemanha, e foi para que lá que se mudou. Em bares e pubs ele conseguiu muita informação sobre esses grupos, e derrotou muitos de seus, em busca de um poder maior. Após algum tempo, só restava um grupo, sobre o qual não tinha quase informação alguma. Aparentemente, o grupo mais poderoso do país, e também o mais discreto. Havia construído um Império no submundo alemão, assim como na Itália, mas ainda não era o suficiente.
Estava impaciente... queria achar e destruir esse grupo.
Felizmente, pouco tempo depois de adquirir tanto poder ele recebeu uma visita de um velho amigo: Jackal.

Estava em sua casa, oculta na periferia da cidade, quando sentiu uma presença imponente, vinda da direção da janela. Era uma noite de lua cheia, e nada além da luz da lua iluminava sua casa. Olhou para a janela, um tanto surpreso com a visita.


- Jackal... a que devo a honra de sua visita, velho amigo?

- Ora, Baron, o mesmo de sempre: tédio. Sabe, eu me cansei também, depois de um tempo. Todos aqueles inúteis na Itália... matei todos, deixei aquilo pra trás. Resolvi vir até a Alemanha. Estava um pouco preocupado contigo, vivendo sem mim. Mas quando cheguei aqui, descobri que você já tinha acabado com toda a diversão. Não estava conseguindo seguir seus passos, então, resolvi criar a minha própria estrada. Uma em que acabaria esbarrando, eventualmente. E cá estou, como vice-líder do último grupo restante... que você esteve procurando, por todo esse tempo.

- O que...? Você matou todos eles? Você não tinha o direito de fazer isso... ELES ERAM MEUS!!! E qual o seu objetivo fazendo isso, Jackal?

- Haha, deve ter sido por isso que foi tão divertido. Sabe, esse tempo todo eu estive te preparando. Você nada mais é do que uma parte do meu objetivo. Uma parte essencial, apesar de tudo. Precisava apenas da sua casca, o seu corpo, a sua alma é inútil pra mim. Vou te matar agora, e levar o seu corpo para a Romênia, onde você será transformado no receptáculo perfeito...


Baron riu, e soltou uma baforada com a fumaça do charuto. Fechou os olhos, com uma expressão calma e feliz, e falou:

- Sabe Jackal... se pretendia me matar... - Baron saltou de uma vez, de forma extremamente súbita e rápida na direção de Jackal, agarrando a língua do vampiro, agora boquiaberto - não deveria ter me ensinado como matar um Puro-sangue...

Baron, em um movimento rápido e forte, arrancou a língua de Jackal, por completo, pisando nela assim que a arrancou.
Jackal, quase ignorando por completo a dor, ficou impressionado com a verocidade com que fora atacado. Baron, aproveitando o choque que havia causado, usou sua força para introduzir sua mão no peito do vampiro, e arrancar o coração do mesmo. Baron sabia como matar um Puro-Sangue, mas não sabia que havia possibilidade de absorver seu poder. Esmagou em sua mão o coração de Jackal. Depois de ver a fraqueza do vampiro, Baron começou a desmembrá-lo. Mesmo sendo um Puro-Sangue, Jackal era bem fraco, fisicamente. Era mais inteligente do que tudo, e rápido, apenas. Mas Baron era mais rápido e mais forte... muito mais forte. Após terminar de estraçalhá-lo, Baron desceu as escadas de sua casa, carregando os pedaços de Jackal, sendo que até mesmo sua cabeça tinha sido retirada. Desceu, e acendeu o fogo da lareira, jogando parte por parte no fogo, deixando a cabeça por último. Antes de jogar a cabeça, ele a segurou em suas mãos por alguns instantes, analisando a cabeça, pensando em sua traição... apagou o charuto no olho direito de Jackal, e esmagou a cabeça, pisando nela, jogando o que restou ao fogo.

Sabia agora para onde deveria ir: Romênia. E assim o fez, buscando por informações desde o momento em que chegou lá. Não tinha contato algum na Romênia, então foi um pouco mais difícil descobrir o que precisava. Teve de utilizar todas as suas técnicas de interrogatório e tortura nessa viagem. Passou alguns meses procurando, mas eventualmente ele achou.

A sede do grupo ficava em um castelo, ao topo de uma montanha, bem distante de qualquer cidade. Era de fato uma longa escalada, um tanto desanimadora, mas o desejo de vingança e a vontade se provar mais forte eram predominantes.
Baron escalou, e ao chegar no topo avistou o enorme castelo. Ao aproximar-se, algo de estranho aconteceu... sentiu apenas uma pancada, a pancada mais forte que já havia sentido na nuca, e sua visão enturveceu-se... ele desmaiou, sem ver o que o atingira antes mesmo de entrar no castelo.

Ao acordar, percebeu estar sem possibilidade de movimento. Estava acorrentado, com grilhões nos tornozelos e punhos. Sentia-os queimar, o que deixava claro o caráter místico daquele material. Quando abriu os olhos por completo, avistou um homem, vestido com um manto preto extremamente adornado. O homem o encarava, sério, enquanto parecia rezar.
Era noite e havia algumas tochas espalhadas pelo salão onde estavam. Era um salão bem grande e luxuoso.
Aos poucos, sua percepção do ambiente aumentava, ao ponto em que percebeu estar nu, cheio de círculos vermelhos desenhados pelo seu corpo. Círculos desenhados com sangue.
Estava em pé, acorrentado a uma parede.
O homem, então, finalmente se pronunciou.

- Então, você é Baron Grey, hm? Meu nome é Marcus. Sou aquele a quem você vem procurando por tanto tempo. Você, o vampiro que vem me causando tantos problemas e infelicidades. Tanto tempo te preparando para este momento... mais de 100 anos... e você se mostrou mais do que preparado... infelizmente, isso custou a vida do meu filho... pelo menos ele se sacrificou por uma boa causa. Medo é poder, Baron, e assim que eu o tiver como meu servo, dominado pelas almas de 100 demônios, eu serei invencível, pois terei o seu corpo forte e a sabedoria de milhões de anos guardadas nele.

Naquele instante, Baron sentiu todo o seu corpo queimar, e os círculos desenhados em seu corpo começaram a arder em chamas. Infelizmente, era uma dor progressiva. Quando tinha a esperança de se acostumar com a dor, ela piorava, como se ele nunca pudesse se acostumar...
Marcus continuou rezando, falando palavras estranhas, em uma língua estranha.

Baron começou a escutar alguns chiados... vozes, ao que tudo indicava. Vozes sussurando em seu ouvido. Pouco a pouco, o lugar em que estava, começou a se transformar em uma sala branca, com apenas uma poltrona branca, disposta ao canto dela. Uma sala cúbica, sem nada além dessa poltrona. Aos poucos, começou a identificar as palavras ditas pelas vozes. Era palavras de terror, ódio, medo... todos os sentimentos e sensações ruins. Olhou em volta, para ver melhor onde estava, e foi então que ouviu sua própria voz. Mas não era ele quem estava falando. Veio de traz dele, onde estava a poltrona. Assim que se virou, viu a si mesmo sentado na poltrona, completamente calmo e fumando um charuto.

- Então, Baron... é assim que acaba sua vida?

- Como assim? Eu morri? E você, quem é?

- Morreu sim, se não puder fazer nada a respeito. Eu sou seu espírito. Sou o que resta dentro de você. Esse cara quer usar o seu corpo para abrigar esses malditos demônios. Se ele vai mesmo colocar 100 demônios dentro de você, ele é um dos caras mais poderosos que você já conheceu, senão o mais poderoso. Se ele conseguir, você morre e eu fico preso aqui dentro, pela enternidade, sem poder fazer nada, apenas assistindo enquanto ele usa nosso corpo como escravo de suas vontades.

- Eu... tenho um espírito? Achei que vampiros não tinham isso.

- Ora, Baron. Se vampiros não tivessem espíritos, não haveria forma de permanecerem vivos.

- Hm... faz sentido. Mas... o que eu posso fazer?

- Você precisa se levantar. Precisa resistir. E a única forma de fazer isso é dando à sua mente um objetivo. Só então o seu corpo será forte o suficiente para negar a presença desses demônios. Lembre-se do que realmente importa.

- E qual é meu objetivo?

- Você procura poder, lembra-se disso?

- Sim... mas, pra quê?

- Para se vingar daquele que foi mais forte do que você... Dimitri.

- Dimitri... aquele...


A luz do ambiente começou a tomar uma coloração vermelha, num tom forte e escuro.

- ... maldito... eu não vou deixá-lo viver mais. Ele não tinha aquele direito... ele vai morrer... VINGANÇA!!!!

Assim que gritou, toda a sala explodiu em uma luz vermelha clara, que logo se tornou branca.

De repente, estava em outro lugar. Estava n
o salão onde estava antes desse devaneio. Assim que acordou, suas correntes e grilhões se quebraram e ele viu Marcus ser lançado para longe pela energia que liberou ao acordar. De alguma forma, Marcus parecia estar ficando mais fraco. Provavelmente, ao falhar no ritual de possessão, os demônios lhe tiraram muita força... Baron não estava no auge de sua força, afinal, acabara de expulsar demônios de seu corpo, o que também lhe consumiu muita energia. Baron tinha que utilizar outros métodos para matá-lo. Agarrou as correntes dos grilhões, sem se importar com as queimaduras que estavam sendo feitas em suas mãos e foi até Marcus... aproximou-se do velho impotente, vendo o olhar de terror em seu olhar. Baron estava com um sorriso sádico no rosto, e o medo que Marcus sentia, não o deixava lembrar que poderia impedir a própria morte controlando Baron. O vampiro nobre falou, em tom mais cavernoso que o normal:

- Ora, ora... até mesmo Puros-sangues sentem medo, hã?!

- Baron, você não vai conseguir nada. Você não é nada! Pense bem no que vai fazer!

- CALA A BOCA, VELHO!!! MORRE LOGO!


Baron pegou as grossas correntes, e começou a enforcar o velho. Mas estava enforcando com força demais. Sua força era, de fato, muito grande. Forçou tudo o que podia, até que o pescoço do velho se quebrou, e a pele do mesmo começou a se partir.

Sangue jorrava dali, e Baron adorava. Em pouco tempo, a cabeça de Marcus saiu de seu corpo. Aquilo exigiu muita força dele, força criada apenas pelo ódio e desejo de vingança que sentia. Enfiou a mão direita no peito de Marcus, arrancando-lhe o coração. Pisou no coração do velho, afim de matá-lo, e fez o mesmo com a cabeça.

Baron começou a procurar por suas roupas, e as achou jogadas sobre um sofá qualquer. Vestiu-se, acendeu um charuto e foi andando em direção à saída do castelo, como se nada tivesse acontecido. Os círculos desenhados em seu corpo ele lavaria depois.
Não ligava a mínima para aquilo, no momento. Pegou todas as tochas pelo caminho que seguiu, e tacou fogo nas cortinas e tapetes. Ao que saía do castelo, viu tudo pegar fogo.

Saiu dali, ligando apenas para sua última vingança: Dimitri.
Procurou por um homem com esse nome, por entre todos os bares e pubs mais sombrios da Europa. Todo o seu desejo de vingança havia o tornado um ser sombrio com uma aura sinistra, o que já causava certo desconforto àqueles em sua volta. Pelo menos, todos o percebiam. Não fosse por isso, sua aparência e altura já eram bem chamativos.
Em todos os lugares em que foi ninguém sabia da existência desse homem.

Não havia mais nada para ele na Europa, então, resolveu ir até terras mais distantes. A América era seu próximo destino. Talvez houvesse alguma pista sobre o paradeiro de Dimitri, lá.

Chegando aos Estados Unidos, percebeu o quanto a realidade de lá era diferente da Europa.
Tudo era mais rude e precário, afinal era uma terra nova, se comparada à Europa. Era um país realmente grande, mas para um russo, ainda era bem pequeno. Viajou por entre muito Estados, conhecendo vários vampiros interessantes, e fazendo alguns amigos influentes. Descobriu, apenas na América, que matar um Puro-Sangue era um crime de gravidade inimaginável. Devia manter seu passado intocado, então.

Um de seus novos amigos, Ivan, foi o melhor de seus contatos. Ivan foi o único capaz de localizar Dimitri.
Era russo, assim como ele, e tinha muitos contatos ainda mais influentes do que ele. Baron nunca soube extamente do que Ivan era capaz, e nem quais eram seus objetivos, só o que sabia é que não deveria duvidar do poder de seu amigo.

De acordo com as fontes de Ivan, Dimitri estava morando em uma mansão afastada das cidades, em áreas montanhosas, quase na fronteira com o Canadá. Era um lugar apropridado para matá-lo. Sendo um Puro-Sangue, Baron sabia que ele seria difícil de matar, e talvez, sequer conseguiria, mas se não conseguisse matá-lo não teria mesmo o porquê de viver.

Após algumas viagens, Baron achou a tal mansão e foi lá sozinho. Era uma noite sem nuvens. Havia uma floresta alta envolvendo a mansão, que ficava logo ao pé da montanha, beirando um lago enorme. Ao que se aproximava da mansão, lá estava Dimitri sentado no telhado, observando-o com um sorriso irritante.

E como era irritante. Baron queria matá-lo ali mesmo, mas preferiu ter o gosto de uma última conversa civilizada com o maldito.

Dimitri entrou pela janela atrás dele, e assim que o fez, a porta da mansão abriu-se para Baron. Entrou na casa, e a porta se fechou atrás dele, sozinha. Era bem parecida com o castelo de Marcus, na Romênia, mas um tanto menor. Não se importava muito com o lugar, dessa vez.

Dimitri estava ali, sentado à cabiceira de uma longa mesa de jantar, sobre a qual não havia nada, visto que ambos não comeriam nada. Apenas se sentou e ouviu Dimitri dizer o que tinha para dizer.


- Ora, ora, Baron. Você demorou mais do que eu esperava. O que fez por todos esses anos? Eu estive te aguardando aqui por mais de 20 anos. Se demorasse mais, acho que não haveria humanos suficientes pra me alimentar aqui.

- Tive que cuidar de outros dois Puros-sangues antes de vir pra cá, sendo um deles outro traidor, tão ruim quanto você. É incrível a semelhança entre vocês dois, deveria procurá-lo no inferno, depois que eu te matar. Acho que vão se dar muito bem.

- Haha, tão impetulante quanto antes, hã?! Você não mudou nada. Você acha que está mais forte, mas a única razão de sequer estar vivo é porque eu deixei que vivesse até hoje.
Esse foi o motivo de tudo. A vingança. Queria
que você viesse atrás de mim. É a etapa final da sua criação. Bom, sem mais enrolação. Você está aqui para me matar, e eu estou aqui para me
divertir. Então, vamos fazer esse jogo um pouco mais divertido, ok? Um
prêmio, ao final da luta, talvez. Ah! Sei o prêmio perfeito!


Dimitri levantou-se da mesa e foi em direção à parede ao seu lado. Nela, havia uma placa, com dois suportes, segurando um gancho de ouro, bem grande e aparentemente pesado. A voz de Dimitri o irritava... o enojava. Baron iria vomitar se tivesse que ouvi-lo falar por muito mais tempo. Felizmente, ele fez essa pausa para pegar o gancho.
Dimitri sentou-se à mesa novamente, dessa vez, segurando o gancho, e mostrando-o a Baron.


- Certo... passei muito tempo procurando por isto aqui. Esse, meu amigo, é o Gancho de Týr! Eu já te contei a história dessa belezinha, há muito tempo atrás, mas provavelmente, você era muito pequeno para se lembrar dela agora.
Depois que Fenrir, o demônio lobo, arrancou a mão de Týr, os anões forjaram-lhe um gancho, este gancho, para que o usasse no lugar de sua mão. Týr o aceitou, e colocou nele sua essência. Caso um dia o gancho fosse perdido ou roubado, quem o roubasse ou achasse teria que arrancar a própria mão para usá-lo, matar o dono anterior, e nunca poderia desferir o golpe final contra seu oponente, não com o gancho. Quando o Ragnarok veio, Týr perdeu o gancho para um mortal, que foi morto e perdeu o gancho, da mesma forma, e assim, este gancho foi perdido no mundo, mas eu consegui achá-lo.
Então, este será seu prêmio, caso consiga me matar! Afinal, não poderá levá-lo, sem me matar, pois eu sou seu dono atual. Bom, sei que a parte em que "você não pode matar com o gancho" lhe fez perder totalmente o interesse nele, visto que você ainda tem as duas mãos, capazes de matar, mas eu posso resolver isso...


Assim que terminou de dizê-lo, Dimitri pulou sobre a mesa, à frente de Baron, e cortou sua mão esquerda fora. Baron deu um breve grito de dor, afinal, ele ainda assim era bem resistente, e era um vampiro. Tomou aquilo como o início da luta. Tentou agarrar o pé de Dimitri, para jogá-lo sobre a mesa e arrancar seu coração, mas o Puro-Sangue esquivou-se, e enquanto o fez, usou a adaga em sua posse para fazer um enorme corte no rosto de Baron, que mais tarde, lhe deixou uma cicatriz horizontal bem longa na altura do nariz.
Dimitri então disse, agora de uma distância maior.


- Bom, está valendo, então. Só pra tornar isso mais justo, não vou usar meu poder de influência, ou qualquer outro poder que você não tenha para me defender ou te atacar.

Baron começou a grunhir de ódio, e atacava gritando alto, usando toda sua força e velocidade para acertar o Puro-sangue, mas Dimitri apenas esquivava e ria, acertando alguns golpes com a adaga enquanto esquivava. Baron ainda não sabia que poderes Dimitri poderia ter, afinal, nunca o vi agindo, exceto quando foi transformado por ele. A cada golpe que errava, ficava mais raivoso. Dimitri era muito rápido.
O Puro-sangue fez seu último comentário infame, antes de sua ruína:

- Ah, qual é, Baron? Eu deixo você usar tudo o que você tem, apenas me esquivando de seus golpes, e você sequer consegue me acertar? Estou começando a duvidar do seu potencial. Você tem algum poder que eu não tenha?

Baron atingiu o apogeu de seu ódio, e usou todo o seu poder. Liberou um grito de ódio extremo, e junto a ele diminuiu a gravidade da mansão inteira de forma que nunca havia feito antes. Dimitri, agora, estava com um olhar assustado e já não conseguia se mover rápido. Baron então gritou, pela última vez:

- Esse poder aqui... VOCÊ TEM???


Usou uma técnica nova, que surgiu-lhe ali mesmo. Abriu a mão direita, e próximo a ela, surgiram cinco esferas do tamanho de bolas de cristal, flutuando. Eram feitas de pressão pura, capazes de destruir o que tocasse nelas. Lançou as cinco em Dimitri, que não conseguiu desviar de todas.

Três o acertaram: uma na perna esquerda, que foi fraturada em três lugares; outra no braço direito, que virou para trás assim foi tocado; e outra acertou sua cabeça, que se contorceu de forma bizarra ao ser atingida pela bola. Dimitri ficou em um estado de semi-inconsciência. O pescoço dele se quebrou com o efeito da última esfera. O ódio de Baron, sendo sua maior fonte de poder, permitiu-lhe causar todo aquele transtorno a Dimitri, mesmo sendo um Puro-Sangue. Aparentemente, ele era mais inteligente e rápido do que era forte ou resistente.

Baron se aproximou, com uma espada que encontrou na parede da mansão de Dimitri. Deveria ser alguma espada sagrada, pois queimava sua mão assim como as correntes no castelo de Marcus. Ignorou a dor enquanto aproximava-se do corpo jogado de Dimitri, pensando apenas em como finalmente executaria sua vinagança.

O esquartejou ali, e esmagou a cabeça e coração, como havia feito com os outros dois Puros-Sangues. Seu ódio tinha sido acalmado... provavelmente sem ele não teria capacidade de fazer o que tinha feito.
Matar Puros-Sangues sendo um Nobre. Ele sabia que não conseguiria.

Jogou os restos de Dimitri no lago e acoplou o Gancho de Týr a seu braço esquerdo, visto que agora não tinha sua mão esquerda.

O objetivo de sua vida tinha sido atingido. Se vingou de todos aqueles que lhe fizeram mal.
Agora, só o que lhe restava era aproveitar sua vida.

Viajou para todas as partes do mundo para as quais ainda não tinha ido. Virou um vampiro diferente.
Tinha abraçado por completo a essência do ódio. Tinha se tornado ainda mais sádico e egoísta. Ainda queria buscar mais poder, mas não sabia com que sentido. Talvez só a diversão. Talvez... não tivesse mais propósito.

Após algum tempo viajando, Baron resolveu retornar à América para conversar com seu amigo Ivan.
Sem perspectiva e sem mais objetivos, Baron foi pedir ao amigo algum concelho, e Ivan o falou da existência de uma Academia que abrigava vários seres místicos, assim como eles dois e, talvez, mais poderosos do que ele.

Talvez fosse uma experiência única ir até lá, talvez trabalhar lá. Baron achou bem interessante a ideia e disse que aceitaria. Ivan, então, o disse que tinha uma vaga para ele, como Coordenador Pedagógico da tal Academia. Ficava no Canadá.

Academia Cross Canadense, era o nome ~
Loveless McKnight
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